quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O DESAFIO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Uma das questões ambientais mais relevantes e urgentes da atualidade precisa ser debatida com a sociedade e os governantes, nos termos que a Lei de Resíduos Sólidos estabelece. Para tanto, é preciso conhecê-la, sobretudo para fomentar o diálogo e criar condições para a correta formação de opinião. Uma mudança estrutural de paradigma estabelece que o lixo bem gerenciado pode se transformar em energia e, consequentemente, em riqueza. Evidentemente que essa transformação exige a participação de todos os setores da sociedade e do governo. Mas, basicamente, decorre de uma mudança comportamental de todos nós. O que nos leva a considerar a educação ambiental como uma das ações estratégicas mais fundamentais para que consigamos construir uma sociedade sustentável, garantindo boas condições de vida para as gerações futuras. Sabe-se que a economia verde, baseada numa lógica inovadora de relacionamento com a natureza, na preservação do patrimônio ambiental, na reciclagem e no tratamento adequado de resíduos pode ser a base para um novo arranjo produtivo gerador de riquezas que, até o presente, não é produtivo e consome muitos recursos públicos e privados, configurando-se numa enorme despesa financeira e social, o que não interessa a ninguém. A gestão dos resíduos sólidos, conforme estabelece a lei federal no. 12305/10, determina que haja um verdadeiro pacto entre a sociedade, as universidades, as ONGs, as cooperativas, as empresas e o governo, para promover, de forma cooperativa, mudanças estruturais no tratamento do lixo e dos dejetos. A modernidade trouxe grandes benefícios para a sociedade, sobretudo naquilo que se refere à qualidade de vida. No entanto, como consequência do desenvolvimento econômico, houve um incremento significativo na produção de resíduos e desejos, que são subproduto indesejado do aumento crescente do consumo de bens e mercadorias. Definir a melhor estratégia para tratar dos resíduos tornou-se um dos grandes desafios para os gestores do século 21. O impacto de uma ação gerencial ineficaz e negligente comprometeria a qualidade de vida da população e a própria saúde pública, além de depredar o meio ambiente de forma irreversível. Os três modelos utilizados para destinar os resíduos sólidos têm características e consequências específicas. O mais utilizado é o lixão, que é também o mais danoso para o meio ambiente. O espaço destinado aos lixões geralmente não são preparados, nem tratados. Os resíduos são lançados ao solo e permanecem descobertos. O líquido liberado pelo lixo, chamado de chorume, pode contaminar o solo e a água, além de exalar mau cheiro. Em geral, nos lixões são encontrados ratos e insetos, ambos nocivos à saúde pública. O segundo modelo são os aterros controlados cobertos de terra. São um modelo intermediário. Neles, o lixo é coberto com terra diariamente, o que evita o odor fétido e a proliferação de insetos e animais. No entanto, esse modelo de aterro não é capaz de impedir que a água e o solo sejam contaminados. Já, no terceiro modelo, o aterro sanitário, os dejetos são aterrados com equipamentos adequados. são colocados em um local previamente impermeabilizado por uma base de argila e mantas de PVC, o que impede a penetração do chorume no subsolo. Coleta-se o chorume por meio de drenos especiais e ele é encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. O metano liberado pela decomposição de matéria orgânica pode ser utilizado por pequenas usinas de geração de energia elétrica. Isto contribui significativamente para a transformação de resíduos em energia. E gera economia e, ao mesmo tempo, lucro para pequenos empreendimentos. É fato que, no Brasil, a destinação de grande parte do lixo é feita de forma incorreta, produzindo efeitos nocivos tanto à economia, quanto ao meio ambiente e a saúde pública. É preciso modificar estruturalmente esse matriz, para beneficiar a todos os setores. Claro que serão necessários recursos públicos e privados, além de parceria com a iniciativa privada e a colaboração das universidades, das ONGs e demais associações para que essa transformação ocorra. Esse é, de fato, um dos grandes desafios gerenciais do século 21.

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